Após veto a voo de Maduro, Morales sugere boicote à Assembleia Geral da ONUE
le
também anunciou que irá apresentar
queixa para que os EUA
e Obama sejam julgados por delitos contra a humanidade
Pouco depois da denúncia do governo venezuelano de que os Estados
Unidos teriam proibido a passagem do avião de Nicolás Maduro pelo território
de Porto Rico, o presidente Evo
Morales afirmou que pedirá aos governos
da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa
América), da América Latina e de outros continentes para que não participem
da Assembleia Geral da ONU
(Organização das Nações Unidas), que será
realizada em Nova York
entre 23 e 27 de setembro.
Ele também anunciou que irá
apresentar uma queixa em instâncias
internacionais para que os EUA
e o presidente Barack Obama sejam
julgados por delitos contra a humanidade. “Se
é com o Maduro é com todos,
que o governo dos EUA saiba. Se se
mete com o Maduro, se mete com todos
os povos da América Latina”, disse o chefe de Estado boliviano
em coletiva de imprensa de uma base aérea de Santa Cruz, afirmando que há quatro
anos pediu a retirada da sede
da ONU dos EUA. “Nós, presidentes
anti-capitalistas e anti-imperialistas,
não sentimos segurança em território
norte-americano", afirmou.
Morales
também anunciou que pedirá a convocação
de uma reunião de emergência dos presidentes da Celac (Comunidade
dos Estados Latino-americanos
e do Caribe) para considerar a retirada imediata dos embaixadores dos países do bloco de Washington. “O
que o governo dos EUA faz demonstra
novamente uma soberba diante do povo latino-americano e o Caribe e aos povos
de todo o mundo”, argumentou.
“Não se pode permitir
que os EUA
sigam com políticas de amedrontamento e proibição de voos presidenciais”, continuou ele. O próprio Morales foi vítima de proibições de sobrevoo no espaço aéreo de países europeus, no início de julho, devido a suspeitas de que Edward Snowden,
ex-técnico da CIA e da NSA (Agência
de Segurança Nacional) buscado pelos EUA
por revelar documentos secretos, estaria na aeronave.
Segundo
o presidente boliviano, ao impedir a passagem do avião de Maduro por Porto Rico, rota de sua viagem à China, Washington
viola quatro convenções internacionais: a Declaração
Universal dos Direitos Humanos,
o Pacto de Direitos Civis e Políticos, a Convenção sobre Missões Especiais ou Diplomáticas e a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.
“Vamos preparar um processo internacional para que [o presidente
dos EUA, Barack] Obama e seu
governo sejam julgados por delitos
contra a humanidade. Será o
melhor instrumento para defender o direito dos Estados”, anunciou, expressando que segundo a Convenção de Viena, nenhum país
pode proibir a passagem de um avião oficial."