Manifestação no Rio pede a permanência de Sean no Brasil
15 de março
de 2009
O
ato, organizado pela família da
mãe, contou com a participação de atores, advogados e empresários
Pedro
Dantas, de O Estado de S. Paulo
RIO - Uma
passeata realizada neste domingo,
15, pela permanência do menino Sean, de oito anos, no Brasil reuniu centenas de pessoas, que caminharam
pela orla carioca, de
Copacabana até o Leblon, na zona sul
do Rio. O ato, organizado por parentes e amigos das famílias da mãe,
Bruna Bianchi, falecida no ano passado, e do pai adotivo da
criança, o advogado João Paulo Lins e Silva, começou em frente
ao Hotel Marriot onde o norte-americano David Goldman, pai
biológico de Sean, costuma
se hospedar. A Polícia
Militar estimou que o protesto reuniu 300 manifestantes, entre eles atores, advogados
e empresários.
Com camisas
brancas e bandeiras nacionais nas mãos,
os manifestantes adotaram o discurso patriótico na
defesa da permanência de Sean no país. "Esperamos que
a nossa Justiça proteja uma criança
brasileira.Vamos provar que o Brasil é soberano. Minha irmã deve estar no céu torcendo
por nós", disse Luca Bianchi, irmão de Bruna. Uma das faixas criticava a Advocacia Geral
da União com a frase "A.G.U. quer expulsar criança
brasileira". A pedido da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, a AGU move uma ação
na 16ª Vara Federal do Rio
de Janeiro pedindo a restituição
da criança ao pai biológico.
Após
constatarem que o norte-americano não estava mais hospedado
no hotel, os manifestantes resolveram caminhar pela orla aos
gritos de "Sean quer ficar" e "João Paulo
super pai". Eles receberam apoio
de populares, mas também foram ouvidos
gritos de "David", em
referência ao pai biológico do menino.
"Era uma
das melhores amigas de Bruna até ela
morrer após o parto da filha
com o João Paulo. Ontem, eu estive com Sean e vi que ele
tenta brincar e se divertir. No entanto, está aflito com a possibilidade de deixar o país, pois para
ele João Paulo é seu pai", disse a atriz
Nívea Stelmann.
A apresentadora Maria Paula disse que estava
presente porque se comoveu com o caso. "Não conheço ninguém
da família, mas imagino
a dor de uma avó que acabou
de perder a filha e está ameaçada de ficar sem o neto.
O desejo do pai em se aproximar é maravilhoso, mas
ele tem que conquistar o amor do menino aqui", opinou a integrante do programa humorístico "Casseta e Planeta".
O pai
adotivo não foi ao ato.
Ele foi representado
pelo pai, o advogado Paulo Lins
e Silva, que não deu declarações. Parentes comentaram com jornalistas que Sean teria dito durante a perícia psicológica da Justiça Federal que pretende continuar no Brasil. "Não
vou de jeito nenhum. Se me obrigarem,
eu quebro tudo", teria dito o menino aos
peritos.
Sérgio Tostes, advogado
da família Lins e Silva, afirmou que os parentes
brasileiros de Sean reagiram
bem à menção do caso no encontro entre os presidentes Lula e Barack
Obama. "Todos ficaram satisfeitos. Afinal, Lula disse que o assunto
seria tratado pela Justiça brasileira
e Obama aceitou", afirmou
Tostes. O advogado contou que Goldman visitou o filho de quinta a sábado pela manhã, mas
teria cancelado encontros da tarde
de sábado e no domingo.