O gosto do futuro

 

O Presidente dos Estados Unidos respondeu ontem ao argumento russo de que se o Kosovo foi uma exceção, então a Crimeia também o é. Barack Obama lembrou que, ao contrário da Crimeia onde a população russófona não estava em perigo, no Kosovo foram perseguidas e mortas milhares de pessoas e que a conclusão de cada uma das crises foi substancialmente diferente. O território do Kosovo demorou quase uma década a alcançar a independência, num processo que envolveu as Nações Unidas.

 

Na Crimeia, um Parlamento reunido à porta fechada e sob a ameaça de armas declara uma independência unilateral e, de imediato, anuncia um referendo de resultado conhecido de antemão: a integração na Rússia. Obama sublinhou que o recurso à forçaprova de menor influência, e não de uma maior influência", em particular perante vizinhos de massa crítica muito menor do que a russa. não disse algo essencial e comum a Washington e Moscovo. É que, em ambos os casos, EUA e Rússia atuaram de acordo com os seus interesses geoestratégicos.